Porto é o novo foco do negócio de luxo da Quintela + Penalva | Knight Frank

Rentabilidades atrativas fazem disparar procura por casas na região Norte. Consultora quer crescer neste mercado e está a recrutar.

A Quintela+Penalva|Knight Frank, imobiliária especializada no segmento alto e médio-alto, acaba de reforçar a sua presença no Porto. A agência fundada em 2004 pelos amigos de infância Francisco Quintela e Carlos Penalva abriu uma nova montra na Avenida do Brasil, que se junta ao espaço que já detém há mais de cinco anos na zona do Avis. Os dois sócios veem na cidade e na região Norte um grande potencial para o crescimento do negócio. “O mercado do Grande Porto, mas também o Douro e Braga, é um nicho em relação a Lisboa, tem imóveis de qualidade mais baratos e oferece yields [retorno do investimento] superiores” às da capital, justificam.

Segundo dizem, os investidores já estão a deslocalizar as suas atenções de Lisboa e também estão interessados em novos produtos. Por isso, a marca imobiliária portuguesa, hoje com a chancela da reconhecida consultora britânica Knight Frank, vai apostar no negócio da venda de imóveis, mas também no mercado de arrendamento. No Porto, tem para já 12 consultores, mas o objetivo é aumentar a equipa. Como avançam, “queremos montar um departamento de seis pessoas só dedicado ao arrendamento”. No entanto, estão a deparar-se com contrariedades. Apesar de garantirem que as remunerações na empresa estão acima do mercado, têm enfrentado dificuldades em recrutar consultores e administrativos, recursos que necessitam “para acompanhar este crescimento na região do Porto”.

Os resultados da operação na Invicta registaram um crescimento de 59% até maio e, no ano passado, valeram 15% da faturação da empresa, tendo aumentado 11%. Toda a região Norte “tem vindo a crescer em termos de procura nacional e internacional”, sublinham. É um mercado que também oferece uma vasta escolha em segunda habitação, com territórios de costa, rurais e de vinhas de excelência, numa referência ao Douro. Brasileiros, franceses e ingleses são os mais interessados, mas já desperta a atenção dos norte-americanos. Neste momento, a Quintela+Penalva tem cerca de 400 imóveis em carteira na região e, apesar de o ticket médio da agência rondar os 900 mil euros, está interessada em trabalhar com a classe média. “Existem na região grandes áreas para construir e nós trabalhamos com os promotores, estamos na operação desde o início, apontando defeitos, dando sugestões de layout, criando o maior valor possível para não haver riscos”, dizem.

Com Portugal na mira dos nómadas digitais, dos investidores e do turismo – setor que consideram ter impulsionado o país e criado esta dinâmica de procura -, a Quintela+Penalva está convicta que o mercado de arrendamento no país vai crescer. Em Lisboa, este segmento já vale 13% da faturação total da empresa, garantido por uma equipa dedicada de 12 pessoas. “O país tem pouco produto para arrendar e o governo quis tirá-lo todo”, apontam. É um mercado “em expansão tanto em valor como em qualidade e foi impulsionado pelo turismo, uma torneira que nos sustenta a todos”. E também por isso defendem os vistos gold. “Nunca foi o nosso mercado, mas a decisão do governo foi uma rajada de metralhadora e não um tiro nos pés”, frisam. “Não fez aumentar exponencialmente os preços”.

Na Quintela+Penalva, 50% dos clientes são portugueses, a que depois somam compradores de mais de 30 nacionalidades. Brasileiros, franceses, que estão a elevar o valor das compras, norte-americanos, turcos e judeus sefarditas destacam-se na carteira de transações. Os dois empresários salientam que mais do que trabalhar para um segmento alto com imóveis de qualidade premium, até porque não há verdadeiramente luxo em Portugal, “o posicionamento da agência é pela excelência de serviço”. “Nós damos confiança, vendemos sonhos” e a parceria com a Knight Frank, que foi reforçada em 2021 com um acordo de cobranding, tem permitido à agência portuguesa marcar presença numa rede global.

Apesar de questionados, os fundadores da Quintela+Penalva não divulgam os números da performance de 2022. “Nós nunca falamos de dinheiro, nem de clientes, é o nosso ADN”, frisam. Só adiantam que a faturação registou um aumento de 27% nos últimos 12 meses até maio. A agência imobiliária tem atualmente uma equipa de 102 pessoas, repartida entre Lisboa, Cascais e Porto, que gere uma carteira de 2200 imóveis.

Source: Dinheiro Vivo

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